Um projeto iniciado na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no campus de Arapiraca, resultou em um novo destino para a parte aérea da mandioca, comumente descartada como subproduto. O estudo, orientado pela professora doutora em zootecnia, Mariah Tenório, e supervisionado pelo professor-doutor Dorgival Morais de Lima Júnior, utiliza a parte desprezada da mandioca para a alimentação de animais. A primeira fase do estudo foi concluída e os dados foram publicados e apresentados no Congresso Brasileiro de Zootecnia (Zootec). As informações são do portal Gazeta Web.

Após estudos sobre as propriedades envolvidas, o grupo de pesquisadores, que conta com professores do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac), mestrando e alunos da UFAL, implantou uma dieta com 70% da parte da fibra da planta e 30% de carboidratos, como farelo de milho ou soja. Os animais utilizados são mestiços, não possuem nenhum melhoramento genético e são assistidos de todas as necessidades veterinárias.

“Primeiro, o feno da mandioca deve ser desidratado para se extrair o ácido cianídrico, porque ele é tóxico. Posteriormente, o composto restante é testado para incremento na nutrição dos ruminantes. Além disso, a pesquisa compara a utilização das plantas forrageiras”, explica a professora Mariah Tenório.

O projeto apresentou resultados superiores e com baixo custo de produção.

“Isto agrega valor aos cortes comerciais da carne, sem contar na economia ao produtor, uma vez que os compostos da mandioca são obtidos a um custo bem menor do que o fardo de tifton“.

Segundo informações do grupo de pesquisadores, em relação a produção no Nordeste, o estudo emplaca uma melhoria considerável de resultados no peso dos animais e fatores qualitativos, como a quantidade em volume, peso e aproveitamento da carne, comprimento, vísceras e, inclusive, peso dos componentes carcaça e não carcaça.

“O estudo tem atendido ao interesse educacional de tornar as aulas mais práticas para a rotina no campo. Estruturando o trabalho, os alunos já conseguem implementar as técnicas em suas próprias áreas de cultivo, ou repassam este conhecimento em propriedades da região. O interesse é promover um projeto de extensão mais científico, que oportunize dias de campo com alunos e a comunidade”.

Com a conclusão do projeto o grupo se voltará a um programa de melhoramento genético de forrageiras, compondo um banco das plantas. A realização do projeto contou com o apoio dos órgãos de fomento à pesquisa FAPEAL, CNPq e CAPES.

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