O projeto PetCrock, desenvolvido como trabalho de conclusão de curso no departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos vencedores do Prêmio de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O trabalho ficou em terceiro lugar na categoria Projeto Acadêmico Inovador e teve seu mérito reconhecido por propor uma prática que alia nutrição e saúde bucal. No PetCrock, foram criados biscoitos que avaliavam a ação dos fitogênicos na redução da placa dentária em cães. O prêmio foi R$ 5 mil em dinheiro, que pagará os custos para avanço do projeto.
De acordo com a professora Lucélia Hauptli, co-orientadora do trabalho, o projeto PetCrock foi desenvolvido em 2019 de maneira independente – a ideia é mais antiga, de 2017. Os custos de todo o desenvolvimento ficaram por conta das autoras, então orientandas e hoje zootecnistas, Manoela Ribeiro e Larissa Baptista, da professora e orientadora Priscila Moraes, e, também, da professora Lucélia. Os biscoitos eram feitos na mão semanalmente, um a um, com extratos de romã e própolis. A produção era na usina da UFSC.
“O nosso grande desejo é patentear a fórmula do biscoito para que estes sejam produzidos e o resultado da pesquisa possa ser disseminado, servindo como um benefício aos cães. Com o prêmio iremos custear os gastos de publicação, uma vez que para publicar em revistas de projeção internacional, há cobrança de valores (em dólar). O processo de patente (devido ao valor elevado) ainda não será possível, mas não iremos desistir”, contou Lucélia.
No Instagram, a equipe documentou todo o desenvolvimento do projeto, pensado para combater a placa dentária, doença que afeta cerca de 75% dos cães entre quatro e oito anos, e também para incentivar a alimentação mais natural dos animais. No estudo, participaram 52 cães, que se alimentavam com os biscoitos por um período de 28 dias. A cada 7 dias, as autoras faziam o registro da dentição dos animais para monitorar o quadro e evolução.
“Biscoitos assados são petiscos que podem ser oferecidos diariamente, desde que ajustados no balanço nutricional da dieta. Por serem assados, possuem uma textura crocante, seca e firme, durante a mordida há uma fricção do biscoito contra a área coberta por placa e cálculo dental, reduzindo parcialmente por uma ação mecânica”, explicaram as autoras.
Dos cães participantes, 12 foram analisados através do Laboratório de Ensino Zootécnico (LEZO) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A parceria veio por intermédio dos professores Priscila de Oliveira Moraes (UFSC) e Luciano Trevisan (UFRGS).
“Na UFRGS, no Laboratório de Ensino Zootécnico, foram realizados os testes de eficiência dos biscoitos com os cães em ambiente controlado, coleta de microbioma e teste de preferência dos biscoitos”, detalhou Lucélia.
A documentação do desenvolvimento do trabalho ainda está disponível para consulta nas redes sociais. Para saber mais sobre a iniciativa e apoiar, clique aqui.
Parabéns às colegas!
Parabéns a todos envolvidos no projeto, a universidade pública e a Zootecnia produzindo conhecimento, muito orgulho.
Que projeto massa! Será que eles pretendem vender um dia? Eu compraria kkkk