CARTA ABERTA

Os Zootecnistas Brasileiros e os estudantes de graduação em Zootecnia de nosso país, por meio de sua entidade de maior legitimidade representativa, a Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), manifestam a necessária atenção dos dirigentes da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense quanto ao tratamento dispensado ao tema do agronegócio no próximo desfile carnavalesco de 2017.

Segundo o que se tem divulgado na mídia, haverá uma ala da Escola com fantasias destinadas a destacar de forma pejorativa o setor produtivo ligado ao agronegócio brasileiro, na medida em que poderá mostrar ou dar a entender, de maneira generalista, a participação deste como predatório das riquezas ambientais do Brasil.

A Zootecnia, parte integrante e fundamental da produção de alimentos de origem animal, vem atuando no desenvolvimento e na difusão de tecnologias que buscam cada vez mais aliar a segurança alimentar, o bem-estar dos animais e a sustentabilidade social, ambiental e econômica neste ambiente de negócios. Estes esforços estão demonstrados nos indicadores positivos que o agronegócio vem alcançando no PIB brasileiro e na sua importância como exportador de alimentos para o mundo.

Deve-se destacar que o desenvolvimento deste importante setor brasileiro necessita estar sedimentado no respeito às boas práticas produtivas, na responsabilidade no uso de substâncias químicas, na preservação cultural dos indígenas e das demais populações que compõem o extrato social ligado ao setor deste país e na consciente utilização dos recursos ambientais, uma vez que são finitos e frágeis.

Assim, os Zootecnistas gostariam de contribuir com a discussão do tema ora em debate, considerando a importância da manifestação popular que é o carnaval no Brasil e sua repercussão em outros países. Desta forma, gostaríamos de solicitar aos dirigentes da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, que se preocuparam legitimamente em levar à avenida importantes questões relacionadas à cultura indígena, um cuidado especial para que não se reproduza como regra, más práticas de produção de alimentos e biomassas no Brasil, pois este não é o paradigma adotado no setor. Se por um lado ainda temos que admitir que existem excessos por alguns atores envolvidos, não se pode desconsiderar todas as iniciativas científicas, tecnológicas e produtivas que caminham no sentido de garantir um contínuo desenvolvimento responsável e sustentável do agronegócio nacional.

 

Zootecnista Célia Regina Orlandelli Carrer
– Presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas –
CRMV-SP 0493/Z

Carta Aberta da ABZ sobre samba-enredo da Imperatriz

 

1 Comentário
  1. Frederico Finardi ramos 7 anos atrás

    Belo texto! Parabéns Profa.

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