Trabalho à distância, medidas sanitárias ainda mais rígidas, novas ferramentas tecnológicas… Estes foram, sem dúvidas, os principais desafios que grande parte dos profissionais ao redor do Brasil enfrentaram e ainda estão enfrentando para continuarem no jogo do mercado durante o surto da Covid-19. E claro que na Zootecnia não é diferente.
As dificuldades bateram à porta, entretanto, empresas e profissionais que já eram simpáticos a estas práticas tecnológicas não sentiram tanta dificuldade na hora de abraçar de vez as mudanças impostas pela pandemia. É o caso do zootecnista Samuel Costa Tomaz de Souza, de Crato, no interior do Ceará, que está no mercado há 13 anos. A atuação dele na pandemia dele integra a série de entrevistas para o quadro A Zootecnia Que Não Para, da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ).
“A distância dos clientes foi a principal mudança. Nós que temos um trabalho de campo muito forte, tivemos que nos distanciar num primeiro momento até nos adequarmos as normas sanitárias vigentes. Outra mudança foi a intensidade de comunicação digital, mesmo diante da dificuldade do uso da tecnologia por parte de alguns clientes, fosse por falta da internet em alguns locais ou pelo simples fato de não simpatizarem com o mundo digital”, contou.
Samuel trabalha com consultoria e representação comercial de nutrição de ruminantes. Segundo ele, a adaptação para o negócio continuar funcionado foi natural, uma vez que já utilizava ambientes digitais para se conectar com seus clientes.
“Vinte dias após o início da pandemia as vídeo chamadas, mensagens de texto, de voz, envio de vídeos e fotos tornaram nossas tomadas de decisões possíveis, fazendo com que o negócio não parasse diante do novo normal. Em seguida as visitas retornaram numa frequência menor e com toda precaução em mantermos nossa saúde e dos nossos clientes”.
DEMANDA DE MERCADO
Na região de trabalho de Samuel, houve um aumento na demanda de alimentos de origem animal e isso exigiu a intensificação dos sistemas de produção com o uso das tecnologias disponíveis para garantir o abastecimento dos lares, uma vez que as famílias aumentaram o consumo por estarem em quarentena.
“O mercado viu em nós, zootecnistas, a saída para atender essa demanda [de consumo]. Consequentemente, houve aumento nos negócios e faturamento de nossa empresa. Mesmo com a pandemia tendendo para o fim futuramente, as portas que foram abertas nesse período ainda permanecem e com perspectivas de ampliação dos negócios”.
Para Samuel, a pandemia evidenciou ainda mais que o zootecnista é, de fato, o profissional responsável por atender a demanda do mercado animal com eficiência, se mostrando pilar essencial para o setor agropecuário principalmente neste cenário pandêmico, onde a categoria enfrenta muitos riscos e dificuldades para que a oferta de leite, ovos, carnes e todos seus subprodutos seja garantida.