A pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Villa Alves, zootecnista e doutora em ciência animal e pastagens, apresentou, em entrevista recente, uma nova tecnologia que facilita a aferição do conforto térmico dos animais criados a pasto. Trata-se do protótipo Bovine Eletronic Plataform (BEP) – Plataforma Eletrônica Bovina, em tradução livre. As informações são do Giro do Boi.

(Foto: Reprodução/Giro do Boi)

Segundo Fabiana, o BEP é um dispositivo eletrônico que busca maior comodidade na coleta de dados para melhorar indicadores de bem-estar animal e, consequentemente, aumentar a produtividade de fazendas de gado de corte. Como algumas de suas vantagens, o equipamento é menos invasivo do que as opções que já estão no mercado, como uma cápsula que deve ser engolida para se instalar no rúmen ou o chip subcutâneo. O BEP, segundo Fabiana, é instalado no animal como se fosse um cabresto.

(Foto/Reprodução: Giro do Boi)

“Nós começamos pensando em medir a temperatura superficial da pele, só que o trabalho evoluiu tão bem que hoje nós conseguimos medir temperatura superficial, frequência cardíaca, frequência respiratória e correlacionar estas informações com informações do ambiente: temperatura, umidade, radiação solar e indicar se o animal estava ou não na sombra, o que para os sistemas de integração é muito importante”, explica a Fabiana, lembrando que o BEP pode ser utilizado também para gado de leite e equinos.

Com o BEP, hipoteticamente, é possível saber quando um animal for picado por uma cobra, já que isso elevaria repentinamente sua temperatura corporal e uma decisão rápida pode salvar sua vida. Por ter muitas possibilidades de uso, o dispositivo funciona como uma verdadeira “babá eletrônica”.

ECONOMIA

Na entrevista, a zootecnista explicou que esta tecnologia poderá contribuir para elevar a produtividade de uma fazenda porque, sabendo que o animal está em quadro de estresse térmico, é possível ao pecuarista tomar decisões que alterem sua estrutura e revertam a situação, evitando perda de peso e até problemas mais complexos, como interferência na taxa de prenhez.

“Apesar de o animal ter mecanismos e ele consegue manter a temperatura ou abaixar, estes mecanismos são limitados. Por isso a gente fala da importância das modificações no ambiente, como inserção de sombras, árvores, para o animal expressar todo o seu potencial genético”, justificou.

Os dados coletados pelo BEP são enviados automaticamente para o produtor de maneira digital. Os dados podem ser analisados pelo notebook, tablet ou até mesmo pelo celular. O criador pode programar a remessa das informações para ser feita com frequência maior ou menor, a cada dez minutos, a cada hora ou uma vez por dia.

Agora a Embrapa busca parceiros para produzir a tecnologia e disponibilizá-la ao mercado em um formato de cooperação público-privada.

Assista aqui.

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